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5 de abril de 2011
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23:47

Tarso Genro concede entrevista à mídia blogueira

Por
Sul 21
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Caco Argemi/Palácio Piratini

Milton Ribeiro

Hoje pela manhã (05), o governador Tarso Genro concedeu entrevista a um grupo de blogueiros no Palácio Piratini. Segundo o governador, este gênero de encontro deverá repetir-se em seu governo como forma de reconhecer e valorizar este meio de comunicação já não tão alternativo.

Os blogueiros sorteados fizeram questionamentos sobre os mais variados assuntos. Destacamos as principais respostas do governador.

Sobre a importância dos blogs e redes sociais: “Finalmente está ocorrendo a democratização da comunicação. Os blogs e redes sociais vão no sentido inverso da deslegitimação da atividade politica e dos politicos, tal como tem tentado fazer a chamada grande imprensa, onde ocorre uma comunicação unilateral, sem liberdade ou livre trânsito de conceitos. É a palavra do dono do jornal ou, pior, a interpretação da mesma. Os meios agora disponíveis funcionam como oxigênio para a informação”.

Sobre o MST: “Temos procurado estabelecer diálogo permanente com o MST. É nosso interesse. Buscamos sempre o apoio do governo federal para realizar rapidamente os assentamentos. Curiosamente, a constituição brasileira é hostil à reforma agrária. Ele não permite uma rápida emissão da posse. Permite que o ex-dono fique na posse da terra atá o ultimo dia da demanda judicial. Há casos de terras que ainda estão sub judice desde o governo Olivio. A reforma agrária no Brasil é uma equação complicada; não obstante, o RS deseja manter o destaque da agricultura familiar. Não pode abrir mão deste padrão no estado. A importância da agricultura familiar na organização da sociedade é fundamental”.

Caco Argemi/Palácio Piratini

Sobre o déficit zero divulgado pelo governo Yeda Crusius: “Não houve déficit zero nem em termos nominais nem em termos estruturais. O governo anterior deixou de fazer alguns gastos e cortou investimentos. A situação fiscal do Rio Grande do Sul hoje é mais ou menos a mesma do governo Rigotto. Não adianta nada anunciar medidas anticrise espetaculares que só rendem boas manchetes. Já vimos desde o PDV (Programa de Demissão Voluntária) do governo de Antonio Britto que isso não resolve nada. Nunca achamos, por outro lado, que o Estado estava saneado e tampouco pensamos que a situação é ingovernável”.

Sobre a pequena participação das mulheres no Conselhão: “A participação menor das mulheres não é deliberada. Elas são em menor número na política, infelizmente. Temos sempre dificuldades para cumprir a lei que exige que as listas partidárias eleitorais tenha cotas de 30% para as mulheres. No governo federal e estadual há um necessário processo de discriminacao às avessas, que visa a colocação das mulheres e das minorias nas estruturas de comando e de mão-de-obra. É um processo longo, mas que tem sido bem sucedido”.

Sobre a Comissão da Verdade: “Vejam as Mães a as Abuelas da Praça de Maio: a Argentina tem organizações de direitos humanos muito mais fortes do que as nossas. Lá houve punições e investigações sérias. A criação da nossa Comissão da Verdade deve ser apoiada sem restrições. As vitimas da ditadura e seus descendentes, se houve, assim como a sociedade, devem ser atendidos. Precisamos nos livrar da vergonha do encobrimento dos crimes do período militar”.


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