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15 de abril de 2011
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15:19

Baía dos Porcos: Uma invasão fracassada que mudou o mundo há 50 anos

Por
Sul 21
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Jorge Seadi

Há 50 anos, os Estados Unidos tentou invadir Cuba. Fracassou. Foi um fracasso que  mudou o mundo, uma operação militar que modificou para sempre a relação dos Estados Unidos com a América e motivou o crescimento dos movimentos de guerrilha que varreram a América do Sul durante a década de 70.

Ao acusar a então União Soviética de instalar mísseis nucleares na ilha, os Estados Unidos tentou a invasão com a desculpa de proteger a sua soberania. A atitude americana provocou, ao longo dos anos, milhares de mortes e o fim de várias democracias pela América.

Em 16 de abril de 1961, um pequeno exército de exilados cubanos, mercenários, agentes da CIA e assessores norte-americanos invadiram Cuba com o objetivo de derrotar Fidel Castro e assassinar os dirigentes do partido comunista que haviam derrubado o ditador Fulgêncio Batista. O objetivo era o de instalar na ilha caribenha um governo de acordo com os interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos.

Conhecida como a invasão da Bahia dos Porcos, a ação foi um grande fracasso que terminou com boa parte dos invasores mortos e o restante preso pelo exército cubano. O regime cubano cresceu e o recém empossado presidente norte-americano John Kennedy sofreu uma derrota estrondosa.

Cuba sempre foi uma obsessão americana desde a vitória da Revolução, em janeiro de 1959. Logo depois, em agosto de 1960, quando Fidel Castro nacionalizou todas as empresas norte-americanas de petróleo, usinas de açúcar, de telefonia e de eletricidade, tornou-se alvo permanente. Os Estados Unidos tinham certeza de que Fidel Castro tinha o apoio, a simpatia e a proteção da União Soviética e de seu líder Nikita Khruschev e, por isso, iniciou a implantação de diversos planos para atacar seu modesto vizinho: sabotagens, golpes internos, rebelião interna, assassinato e invasões.

A invasão esteve a cargo da CIA, que treinou os membros da “Brigada 2506”, mil e duzentos homens identificados com o número de um jovem morto durante os treinamentos. A Casa Branca de Dwight Eisenhower colocou à disposição da CIA um “Grupo Especial” formado por funcionários do governo e militares. Hoje, graças aos biógrafos de Kennedy, sabe-se que o então eleito novo presidente americano fora informado dos planos, 25 dias após a sua eleição, em 29 de novembro de 1960. Kennedy duvidou da possibilidade de êxito da missão, mas não fez nada para impedi-la.

A primeira grande ação da CIA aconteceu no dia 15 de abril, quando aviões americanos pintados com as cores da bandeira cubana, bombardearam as bases militares da ilha  para destruir a força aérea de Cuba. Não tiveram êxito, um dos aviões foi abatido e o outro desceu em Miami com várias marcas de tiros.

No dia seguinte, durante o enterro dos mortos pelos bombardeios, Fidel Castro reafirmou a linha comunista e marxista da Revolução Cubana. A invasão seguiu adiante com vários erros. Em 17 de abril, a Brigada 2506, transportada por um falso avião cargueiro da CIA desembarcou nas praias Larga e Gyron. Os primeiros combates favoreceram os americanos que, depois foram cercados por 20 mil soldados de Cuba. Aos poucos, os invasores ficaram sem munição. A Brigada pediu ajuda à Força Aérea dos Estados  Unidos que foi impedida pelo presidente John Kennedy de ajudá-los. Kennedy se considerou enganado pela CIA que havia dito que haveria uma revolução interna em Cuba. Um fiasco.

A invasão da Bahia dos Porcos é um vexame para os americanos. Entre 100 e 400 homens morreram em combate  e 1200 foram presos.

Reunião decisiva para a Cuba atual

Começa amanhã, em Havana, um decisivo Congresso do Partido Comunista, no poder desde a revolução de 1959. Ele definirá a reforma econômica na tentativa de evitar a derrocada do sistema socialista e comunista. O Congresso deve confirmar também Fidel Castro como o chefe máximo do partido. O VI Congresso do PCC, o primeiro em 14 anos, irá marcar mudanças nos rumos da ilha, para atualizar o desgastado modelo socialista, como disse o presidente Raúl Castro.

Amanhã, pela manhã, haverá em Havana um desfile popular para reverenciar os 50 anos da proclamação do caráter socialista da Revolução e da contundente vitória na Bahia dos Porcos. O encerramento do desfile terá a presença de dezenas de milhares de jovens cubanos, a garantia de continuidade da Revolução.

Com informações do Granma Digital


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