Geral
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20 de abril de 2011
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12:29

American way of life sem necessidade de tradução

Por
Sul 21
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Inócuo o projeto de lei aprovado ontem (19) pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul que “determina a tradução de expressões ou palavras estrangeiras para a língua portuguesa, em todo documento, material informativo, propaganda, publicidade ou meio de comunicação através da palavra escrita no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, sempre que houver em nosso idioma palavra ou expressão equivalente”.

Por mais bem intencionada que tenha sido a iniciativa do deputado Raul Carrion (PC do B), ela está fadada ao fracasso. A língua falada por um povo é, sempre, algo dinâmico, em constante mutação. Não pode ser enclausurada ou contida por uma lei.

É louvável a preocupação do deputado proponente, e que foi acolhida pela maioria parlamentar, de preservar os valores linguísticos luso-brasileiros. Uma língua é a identidade de um povo. Não se estanca, no entanto, domínio cultural, com proibições de utilização de expressões linguísticas ou com a exigência de tradução de termos em documentos e, principalmente, em materiais publicitários.

As palavras são incorporadas aos idiomas por processos que fogem ao controle da vontade dos próprios falantes. Estrangeirismos são incorporados a todos os idiomas do mundo a todo o momento. Quando uma nação se torna mais forte economicamente que outras, tende a exportar, além de produtos materiais, também seu modo de falar e, mais fortemente ainda, seu modo de pensar.

Não é por acaso que o inglês falado nos EUA é a língua universal hoje, substituindo o francês e, antes, o latim. Não é por acaso que se estuda e se fala cada vez mais o mandarim no mundo. Logo, logo, expressões chinesas começarão a ser incorporadas à nossa língua. Não é por acaso que o chamado American way of life se disseminou pelo mundo! Não é por acaso que a grande maioria sabe o que isto significa, sem que seja necessário sequer traduzir esta frase!


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