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1 de março de 2011
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15:46

Para delegado, homem que atropelou ciclistas “usou o carro como arma”

Por
Sul 21
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Ramiro Furquim/Sul21

Rachel Duarte

Em coletiva de imprensa convocada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, nesta terça-feira, 1º de março, o delegado Gilberto Montenegro lamentou a forma com que ciclistas foram atropelados na última sexta-feira (25/02), em Porto Alegre. Sobre o episódio, que causou reações internacionais, o delegado disse que as imagens são chocantes e foram a principal prova para solicitação da prisão preventiva de Ricardo José Neis, motorista que atropelou os ciclistas.

“Poderíamos ter pedido a prisão preventiva dele já pela fuga após o atropelamento. Mas, a fundamentação do caso dependia da declaração do acusado. Após o depoimento dele, pedimos a prisão e encaminhamos todas as condições para análise do judiciário”, disse afastando qualquer atrito com o trabalho do MP.

Segundo o delegado, além do acusado, foram ouvidas cerca de 20 pessoas, entre vítimas e testemunhas. “Ele pode ser indiciado pelo artigo 121 (Código Penal), por tentativa de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e com redução de defesa das vítimas, por ter sido um ataque pelas costas”, explicou Montenegro. E complementou: “ainda podem surgir novos elementos ao longo da investigação”.

Houve intenção de atropelar

Ramiro Furquim/Sul21

Já a delegada que acompanhou o início do caso e esteve no local do incidente na última sexta, Laura Rodrigues Lopes, foi mais enfática quanto à qualificação do caso até o momento: “houve intenção de atropelamento coletivo”.

O inquérito está em andamento e novas testemunhas devem ser ouvidas nesta terça-feira, entre elas, o filho do acusado que estava no carro na hora do atropelamento. O jovem de 15 anos não pode prestar depoimento sem a presença da mãe ontem, por ser menor de idade, mas, em declarações à imprensa “afirmou que o pai (Ricardo José Neis) iniciou as provocações ao grupo de ciclistas”.

Alguns manifestantes ciclistas teriam reagido aos ataques verbais e agredido o carro de Ricardo. O próprio motorista ao prestar depoimento ontem reconheceu que os manifestantes não quebraram o vidro do seu carro, apenas um retrovisor.

Segundo apurações já feitas pela Polícia Civil, o acusado tem antecedentes criminais por ameaça e agressões. Para o delegado Montenegro “o acusado utilizou o carro como uma arma”. Para dar seguimento ao inquérito policial, o delegado solicitou a compreensão da imprensa sobre o caso e pediu confiança no trabalho da corporação. “Não irei entrar em polêmicas sobre o trabalho do judiciário. Quanto à investigação nós estamos indo no caminho certo”, afirmou.

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