Noticias|Últimas Notícias>Política
|
10 de dezembro de 2010
|
21:17

Tarso fala a blogueiros e reafirma: nomeação para o Irga é inconstitucional

Por
Sul 21
[email protected]
Tarso fala a blogueiros e reafirma: nomeação para o Irga é inconstitucional
Tarso fala a blogueiros e reafirma: nomeação para o Irga é inconstitucional
Tarso dá entrevista a blogueiros / Caco Argemi / Divulgação

Rachel Duarte

Em entrevista coletiva aos blogueiros gaúchos, o futuro governador Tarso Genro (PT) reafirmou, nesta sexta-feira (10), que a nomeação do presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), assinada pela governadora Yeda Crusius, é inconstitucionalidade. Segundo Lei aprovada este ano, o presidente do Instituto é escolhido pelo governante entre três nomes indicados pela cadeia produtiva do arroz.

Tarso Genro ressaltou que sua crítica não é a Maurício Miguel Fischer, nomeado presidente do Irga. Ele contesta o fato de a governadora, que está saindo, escolher o nome de quem ficará no cargo nos próximos quatro anos, uma vez que o mandato do presidente do Irga inicia junto com o novo governo. Tarso defende que tem o direito de escolher o nome de quem comandará a autarquia. “Eu não faço juízo da pessoa escolhida. Mas, ele foi eleito por 76 conselheiros que fizeram esta lista tríplice que tira o direito do governador, que foi eleito com alguns milhões de votos de escolher alguém do seu interesse”, disse.

O futuro governador diz que, por ser uma autarquia, o Irga não pode ter indicações por lista tríplice. Isso, diz ele, é inconstitucional. A indicação, segundo Tarso, deve ser uma escolha direta do governador, como acontecia até outubro deste ano. O que ocorreu, afirma o governador eleito, “é uma visão totalmente corporativa de uma gestão contraditória, que nunca se preocupou em ouvir os direitos dos diretores de escola de serem escolhidos de forma direta, e agora defende a escolha direta pelo setor arrozeiro”.

O futuro governador criticou a atitude da imprensa que considera inconveniente sua contestação. “Disseram em uma rádio que estou criando problema e tensão sobre este assunto. O que temos é uma decisão da governadora, que será respeitada enquanto durar o seu mandato. Depois deste período vamos nomear alguém que responda pelo nosso programa”, afirmou Tarso, que indicou para o cargo o engenheiro agrônomo Cláudio Pereira (PT), prefeito de Santa Vitória do Palmar.

Ford X Cais Mauá

Quase ao final da coletiva, o editor do blogue CloacaNews lembrou que um jornal gaúcho comparou o posicionamento do futuro governador sobre a revitalização do Cais Mauá ao caso Ford, no governo Olívio Dutra. Segundo o jornal, o impacto econômico seria o mesmo. O jornalista afirmou que esta atitude do jornal sinalizaria a conduta da grande imprensa em relação ao governo Tarso, questionando o governador eleito sobre como pensa em lidar com situações como esta. Tarso respondeu que considerou a nota uma ameaça. “Se tu não seguir o que fez a Yeda, será massacrado como o Olívio foi”, afirmou. E complementou sobre o antídoto para estes casos: “Não me balizo por este tipo de ameaça nas minhas decisões sobre as ações públicas. Até porque esta nota já parte do pressuposto de que tudo que foi feito até agora é legal e feito pelo bem público. Eu tenho direito de entender o tema e revisar o projeto”, argumentou. Tarso quer renegociar com a sociedade a utilização do Cais.

PPPs

Sobre a polêmica dos contratos por meio de Parceria Público Privada (PPP) que o governo atual estabeleceu para a construção do presídio de Canoas, Tarso Genro disse que é favorável às PPPs, desde que não seja só para beneficiar a iniciativa privada. Ressaltou: “tudo que for um processo jurídico perfeito, vou levar adiante para evitar prejuízos. Se for suspeito, seja por preço, licitação ou contratação irregular, tenho o direito de rever”, salientou.

Outros temas

Cerca de 20 blogueiros progressistas foram convidados a participar da coletiva. Coube a eles questionar o futuro governador sobre temas que não estão na pauta diária da imprensa convencional. Entre eles, as políticas públicas do futuro governo, a economia solidária, a relação com os movimentos sociais e com a imprensa alternativa.

Tarso disse que irá tratar o Movimento Sem Terra (MST) com o mesmo respeito que tratará a Farsul, respeitando as manifestações de ambas, mediando conflitos e combatendo ilegalidades. O futuro governador também salientou que irá se empenhar para aproximar o salário dos professores gaúchos ao piso nacional de R$ 1.024,00. Sobre sua relação com a imprensa, disse que não terá uma visão paternalista com os meios alternativos. “A diferença será na construção de uma política de democratização da comunicação, dividindo os recursos do governo para ambas as mídias”, esclareceu.

Quando as perguntas foram em relação a sua ampla coalizão e a transparência do seu governo, Tarso foi enfático. O governador eleito disse que nenhum dos seus indicados para o primeiro escalão tiveram problemas com a Lei da Ficha Limpa. E ressaltou: “Existem processos e processos. Eu mesmo fui processado diversas vezes quando prefeito e ministro. Estamos prevendo uma comissão de ética pública. Criaremos um departamento especifico para combate à corrupção dentro da Secretaria de Segurança. E criaremos um conselho de ética pública”, falou.

Leia também:

Entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com blogueiros progressistas

Lula concede coletiva à rádios comunitárias de todo país


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora